10 novembro 2008

Sonolentamente Burocrático

Análise do show do Bloc Party, penúltima atração do palco principal do festival Planeta Terra, do último sábado, por um grande fã de Bloc Party.


Setlist – 5.5
Eles tocaram, que eu me lembre: Like Eating Glass, Positive Tension, Banquet, This Modern Love, Price of Gas e Helicopter, do disco de estréia “Silent Alarm”; Hunting For Witches, The Prayer, Waiting for the 7.18, Song For Clay (Disappear Here), de “A Weekend in the City”; e Talons, Signs, Halo, Mercury e Ares, do novo “Intimacy”. Se esqueci algo é porque eu tinha tomado algumas cervejas.

Nota 5.5 porque eles conseguiram incluir a única música ruim de Silent Alarm, que é Price of Gas, e deixaram de fora So Here We Are; porque não tocaram Kreuzberg, Uniform e I Still Remember, as melhores de Weekend in the City; e não tocaram One Month Of nem Íon Square, duas das boas de Intimacy, que deram lugar a alguma das introspectivas chatas.

Performance – 2.0
Essa nota só não é ZERO por conta do baterista, que é um japa alucinado que toca muito. Muito mesmo. É aquele músico que você percebe que curte muito o que faz, passa uma energia incrível, e faz caretas quando vai dar aquela pratada fundamental. Só que o resto da banda... socorro. O guitarrista Russel, então, é um fantasma no palco.

Som – 1.5
Apesar da voz de Kele ser boa ao vivo, existem dois problemas crônicos no som do Bloc Party ao vivo. O primeiro é que eles não fazem a maior parte dos backing vocals, muitas vezes tão característicos quanto a melodia principal. This Modern Love sem o coro do final? Helicopter sem o vocalize da ponte pré-refrão? Pára.


O segundo é que eles não souberam timbrar as guitarras como fazem em estúdio. Todo o punch e frenesse das músicas dos discos não aparece no show. Os riffs nervosos soam fracos, os contrapontos parecem sem querer e as dissonâncias parecem erros.

Veredito
Como grande fã que sou, fui ao show do Bloc Party no Planeta Terra com a expectativa lá no alto. Expectativa que foi incrementada pelo papelão deles lá no VMB, há um mês, quando fizeram um playback por motivos que provavelmente nunca vamos saber de verdade. Imaginava que eles iriam querer compensar, dar o sangue e mostrar que a banda é, na verdade, do caralho. Ledo engano.

Morno é um adjetivo quente demais para definir o naipe do show. Foi uma coisa insossa, que não levantou o público em absolutamente nenhum momento. Nem nos hits. Nem nas novas. Nem nada. E os caras da banda não se esforçaram nem um pouco para mudar a situação. Sonolentamente burocráticos. Gênios no estúdio, dispensáveis ao vivo.


Nota final – 2.5

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1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

eu pulei com like eating glass e Positive Tension, ta? mas o show foi bem meia boca mesmo

11:34 AM  

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