10 julho 2007

Ladrão que rouba ladrão...

Se o provérbio tiver algum fundo de realidade, tem um povo do Stand Center que vai pro céu.

Para quem não sabe, o Stand Center é aquele lugar na Av. Paulista onde tudo é pirata, falso, roubado, ou então importado clandestinamente. Se fechasse a porta e prendesse todo mundo lá dentro, a lei seria aplicada. Ainda bem que ninguém faz isso.

Mas eu descobri uma nova modalidade de sacanagem lá. Uma espécie de Metacrime. Não bastasse adquirir por R$ 10 produtos cuja versão oficial original e licenciada custam R$ 1.200, ainda é possível roubar um pouquinho mais lá na hora!

Procurando uma série de softwares, fui bem atendido por dois camaradas, que me ajudaram a encontrar o que queria. Então ocorre o seguinte diálogo:

Cara: “Vamo faze um esquema bom, mano”
Eu: “Boa, dá um descontinho aí!”
Cara, sussurrando: “Não mano, fala baixo. Me encontra daqui a cinco minutos na porta”
Eu, surpreso: “Mas... calma, eu nem to com dinheiro, preciso sacar”
Cara, apressado: “Que banco?”
Eu: “Real.”
Cara, aflito: “Sai daqui, vira à direita, segue duas quad...”
Eu, interrompendo: “Calma mano, eu sei onde fica o banco!”
Cara: “Então daqui a dez minutos na porta”.
Eu, atônito: “Beleza!”

Fui no banco, saquei a grana, encontrei o cara na porta. Ele saca de dentro de suas cuecas os CDs com os programas que eu tinha escolhido. Na loja, daria R$ 50 (45 com o desconto de praxe). Ele oferece por R$ 40.

Eu: “Não mano, se for pra economizar cincão eu compro lá mesmo, do jeito ‘certo’”.
Cara: “Não mano, vc tem PS2? Leva esse joguinho de brinde” (um Need for Speed novo)
Eu, pão-duro: “Não quero. Te dou trintão. Fechou?”
Cara, olhando para todos os lados: “O irmão, assim você me complica”
Eu: “Não mano, então eu compro lá na loja mesmo”
Cara, rendido: “Beleza então vai”

Trocamos grana por mercadoria e cada um segue para o seu lado, como se tivéssemos comercializado drogas colombianas.

Sensacional! Após um momento de insegurança e reflexão sobre caráter e valores, lembrei que patente é que é anti-ética. Então azeite!

O maluco brasileiro tava trabalhando em pleno domingo de feriado, puto com o chefe coreano... justiça com as próprias mãos. Afinal, ele, seu colega de loja (e eu, o cúmplice) teremos cem aninhos de perdão!

Watching the people get lairy
Is not very pretty I tell thee
Walking through town is quite scary
And not very sensible

1 Comentários:

Blogger Lilian disse...

Depois me conta quem é o "mano" pra eu procurá-lo da próxima vez q for lá! Não aguento aqueles coreanos q mal olham na sua cara e só falam naquela língua estranha...

6:16 PM  

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