28 setembro 2007

Era feliz e não sabia

Uma das melhores coisas de ser uma criança e viver em uma casa bem cuidada pela mãe ou por quem for é não sentir o cheiro de comida estragada. Sempre alguém dava um jeito nela antes que o cheiro se proliferasse.

Depois de adulto, e ainda mais depois de começar, há anos, a morar sozinho, eu tenho que lidar semanalmente com esse cheiro asqueroso. Poucos cheiros são piores que o daquele feijão que ficou no tepuer (como escreve essa merda???) por uns três diazinhos a mais que a sua validade. Afffffffe

Hoje é sexta, acabo de lavar a louça da semana inteira e, claro, lidei com o cheirinho amigo que antes estava aprisionado sob o amontoado de louça. E pior: já lembrei que esqueci uma couve na geladeira do escritório. Segunda-feira é nóis de novo...


When we die, when we die
(So wait in line)
Queuing up for some more junk food
It's not my fault, it's not my fault
(Just this once)
They're all getting so much younger

16 setembro 2007

Ponta-cabeça

A liberdade é um mal perigosíssimo.

Por isso que as crianças nascem e crescem totalmente protegidas dela: pais, avós, irmãos e primos mais velhos – todos se prontificam naturalmente a participar ativamente da trincheira que impede os pequenos e não tão pequenos assim caiam na sedução deste horror.

A liberdade é corrosiva. No momento em que uma pessoa põe na cabeça que precisa ser livre, nada vai mudar esse pensamento, que se torna uma obsessão. Ela quer, e vai, fazer todo o necessário para consegui-la.

O tempo que cada um leva para chegar nesse estalo varia muito. Às vezes, é tardio demais – a vida já está muito enrolada para permitir mudanças grandiosas na sua configuração. Às vezes, é cedo – antes mesmo de poder ou de os protetores deixarem. Mas há, ainda, os casos de liberdade compulsória. Esses são os piores.

Geralmente motivada por algum fator externo, a liberdade compulsória coloca o sujeito de entranhas abertas para o mundo, mesmo que ele não quisesse nem estivesse preparado. E aí, amigo, se vira: papai, mamãe, vovó, titio, amigo do peito, ninguém vai resolver nada na sua vida – no máximo dar uma mãozinha.

Não bastasse só isso, ainda tem uma seqüela freqüente e extremamente nociva: não saber o que fazer com a liberdade. Depois de passar pelos perrengues – não só financeiros – iniciais, a pessoa finalmente pode realizar tudo o que quiser. Mas não realiza nada.

Não tem idéia do que fazer com todo aquele mundo de possibilidades, aquele tempo livre, aquela folga financeira. Tudo o que meio mundo mais quer, e ela tem. E não serve para nada.

Será que um dia vai servir?

Sortudos mesmo são aqueles que não têm liberdade.


And my heart, it don't beat, it don't beat the way it used to
And my eyes, they don't see you no more
And my lips, they don't kiss, they don't kiss the way they used to
And my eyes don't recognize you no more

13 setembro 2007

Fases, fase

Fase difícil. Problemas pessoais, profissionais, financeiros e existenciais. E é só segunda-feira. Fase difícil. Problemas existenciais e de amizade. Ainda é terça-feira. Fase difícil. Cansaço crônico e consciência da absoluta falta de dinheiro nos 20 dias seguintes. Quarta-feira. Quinta-feira. Cansaço. Traços depressivos e de irritação inadequada. Preguiça. Crise.

Ainda bem que tem cervejada pra melhorar essa porra desse clima


All we need is love and beer
All we need is love and beer
All we need is love and beer
All we need is love and beer

03 setembro 2007

8 Days a Week

A semana deveria ter oito dias. Quem foi o burrão que determinou sete?

Com oito dias, teríamos um dia a mais de folga. Faríamos o esquema útil-útil-folga-útil-útil-útil-folga-folga.

Não ter que trabalhar mais do que três dias seguidos nunca. Isso sim é dignidade.

Quando eu me tornar um empresário de sucesso, vou mudar o calendário da minha empresa. E o dia do meio vai chamar Güêmendo, com trema, só para ter que mudar. Happy hour toda terça antes do Güêmendo.

It's been a hard day's night, and I've been working like a dog
It's been a hard day's night, I should be sleeping like a log