20 junho 2007

Sonho da casa própria

- Imobiliária Qualquer Uma, boa tarde.
- Olá, boa tarde. Eu vi um anúncio de imóvel e estou interessado. Você pode me passar maiores informações?
- Qual o seu nome, senhor?
- Paulo.
- Telefone para contato?
- Eu quero informações sobre o imóvel, não sobre mim.
- Mas é que eu encaminho para o corretor e ele te liga na seqüência.
- Você não pode simplesmente passar a ligação para ele?
- É que é um procedimento padrão, senhor. A gente faz o cadastro.
- Eu não quero dar meu telefone.
- O ramal do corretor está ocupado, senhor. Eu peço para ele ligar em seguida.
- Mas ele vai ligar agora? Assim que desligar? Porque eu volto para o escritório e não dá mais pra falar.
- Sim, ele liga na seqüência, senhor.
- Afff ta bom. (passa o número, contrariado)
- Muito obrigado senhor.
- Ta. (desliga, bufando, vencido)

Essa invasão de ficar pegando o telefone... Vai me ligar pra que mano? Só quero falar dois minutos sobre a porra da casa!!!

Fora que o puto nunca liga na hora, sempre demora mil anos.

Se um dia eu for montar uma Imobiliária, o diferencial vai ser atender na hora. E, talvez, só ter corretora gostosa.

Turning away from the light
Becoming Adult
Turning into my soul

12 junho 2007

Delicious

“Aê Tião! Salta aquela calabra acebolada com maionese no capricho!”

A frase acima foi proferida por:

a-) Corintianos na porta do Pacaembu
b-) Playboys no bar da Vila Olimpia
c-) Grupo de amigas celebrando alguma conquista
d-) Rapaz deprimido pós-fora da namorada em um bar qualquer
e-) Grupo de amigos da faculdade no boteco da esquina

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Fácil. Qualquer uma está certa. Menos, é claro, a alternativa “C”. Evidentemente. Ou você já viu meninas pedirem uma calabresa acebolada???

Filet Mignon ao catupiry, provolone à milanesa, tábua de frios light, sanduíche de peito de peru com rúcula e queijo branco. Esse naipe de comidinhas, sim, está no cardápio boêmio feminino. Mas tenta pedir aquela porção de bolinho de carne apimentado para ver o ridículo a que se expõe.

O pior é que a gente homens come essas tranqueiras todas tomando o triplo, no mínimo, de cerveja. E estamos, via de regra, gordos igual – ou até mais magros.

Há anos é assim. E elas não aprendem. Continuam salivando quando passa a costelinha de porco na mesa, mas se contentam com a porção de, sei lá, palmito. Pelo menos sobra mais.

It’s you
You’re overweighted and lovely, yes it’s true
A pig in walking shoes
You drool
Everytime we kiss I must say you rule
And I’m falling in love with you

06 junho 2007

Ghost Policy

Acredito que em várias situações que aparecem, era melhor ser um fantasma. Aquele que passa despercebido e não mexe em anda, ninguém vê, não deixa rastro, não incomoda.

Muitas vezes, eu já quis que os outros fossem fantasmas – de preferência mudos. Mas hoje é um dia em que eu gostaria de ser um fantasma. Fantasma que não come, não bebe, não suja, não gasta, não entra em conflito.

Você faz tanta coisa tentando acertar e, quando vê, correu em círculos, voltou para um mesmo ponto no qual se viu há, digamos, um ano. Como uma cadela, que tem um ciclo anual e, em todo mês X, fica no cio querendo dar loucamente.


Um ano a mais, e a mesma bagunça de sempre. A única diferença é que os problemas custam mais caro. Sortudos são os fantasmas.

It's burning me up
I've heard it enough
I won't let your lousy reputation throw me off